quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Encruzilhada

Se estive analisando esses trinta anos de vida que usufruí neste planeta, é porque estou percebendo os rebentos das minhas atitudes. Algumas lanças atiradas para o alto estão volvendo de ponta para baixo, forçando-me no reflexo de esquivar momento após outro.

Percebo que este sobrepeso e sedentarismo cultivados na última década, renderam-me um saldo negativo e, obviamente, não poderia ser diferente do que me é apresentado hoje. Começo a experimentar quase que cientificamente coisas como pimelose, tendinite, apnéia, dislipidemia e triglicerídeo – palavras rebuscadas, mas cujo significado é simples como um susto.

Aprendi na escola que a glicose é uma das principais fontes de energia do organismo, mas quando em excesso, pode trazer várias complicações à saúde. Tenho visto nos noticiários que existem mais 300 milhões de obesos no mundo, um terço deles estão nos países desenvolvidos. A obesidade é vista cada vez mais como um crescente problema de saúde pública, pois predispõe o organismo a uma série de doenças, em particular doença cardiovascular, diabetes e osteoartrite.

Outro assunto que circula no meu cotidiano e nas manchetes dos jornais é a questão do estresse. Ele pode iniciar-se por uma demasiada ansiedade e/ou por uma mudança brusca no estilo de vida. Ambas as situações levam a pessoa a sentir um determinado tipo de angústia. No prolongamento dos sintomas de estresse, além dos sentimentos de evasão, os mecanismos de defesa passam a não responder de maneira eficaz, aumentando assim a possibilidade de vir a ocorrer doenças.

Encontro-me numa encruzilhada. O caminho que escolhi levou-me a um ponto sem retorno, tendo exatamente três opções a minha frente: sigo em frente e continuo como se nada tivesse acontecido, dobro para a direita conservadora e inicio um regime alimentar combinado com algum medicamento, ou viro à esquerda revolucionária e entro no processo de preparação da cirurgia bariátrica. Em minha mente só há uma mensagem: não siga em frente!

Tenho medo da revolução. Decepcionei-me com Che Guevara quando este afirmou que acreditava na luta armada. Esta opção esquerda, ainda que seja eu um simpatizante, não me transmite paz. E não se deve esperar outra postura de um sedentário. Optar pelo caminho que faça menos agressão ao corpo é um pensamento de gordo.

A consulta médica marcada para esta terça-feira passada, revelou minha situação de saúde. Tenho o resultado dos exames nas mãos e uma tabela que indicam que meus números não estão bons. Tenho quase 30 anos, mais de 120 quilos, uma esposa e duas filhas. Tenho que fazer algo melhor para meu corpo.



A cabeça está em ordem, obrigado.

Um comentário:

  1. Diagnóstico: hipotireoidismo. Tenho que usar diariamente para o resto da minha vida uma medicação que controla a ação dos anticorpos que atuam sobre minha glândula.

    Simples, né?

    ResponderExcluir

Expresse sua opinião, ponha a boca no mundo.

Lembre-se que não é necessário concordar comigo, mas em contrapartida, eu posso necessariamente não concordar contigo.

Boas leituras!