terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sem Privilégios

Em tempos de epidemia da gripe suína, a freqüência dos cultos nas igrejas ficou comprometida. Algumas comunidades dispensaram todas as crianças dos encontros dominicais. Em outras, até mesmo o abraço ou aperto de mão fraterno foi suspenso por um pequeno período de tempo. Houve protestos de pessoas cheias de boas intenções, as quais afirmavam que Deus protegeria seus filhos de todo o mal.

Creio no livramento, mas não o coloco como privilégio apenas de crentes. Não posso aceitar que Deus faria acepção de pessoas dando graça apenas a alguns. Existem muitos exemplos de pessoas totalmente comprometidas com o Senhor, e que ainda sim, padeceram de enfermidades ou de uma espécie de acidente.

Meu coração se entristece ao perceber que milhões de crianças padecem de doenças no cinturão mais pobre do globo. Não seriam elas merecedoras de livramento da mesma forma que eu? Não aceito a explicação que a miséria e a morte que assola a África são fruto de sua idolatria e ocultismo. Que culpa teria uma criança pelo erro de outro alguém?

Eu ando rejeitando todo e qualquer privilégio que houver, pois não me conformo em receber algo enquanto gente morre de fome nas proximidades. Espero receber na exata medida do que estou fazendo. Que seja tudo fruto do meu suor e não de benefício algum. Que seja fruto de joelhos e cotovelos calejados, não de isenção de percalços.

Forço a mente e o coração num caminho de simplicidade. Não faço mais orações pedindo emprego. Não intercedo mais para que amigos conquistem vagas em concursos. Não peço a Deus mais nada, a não ser que me lembre de minhas responsabilidades. Se eu desejo melhor salário, esforço-me para assim o merecer. Se um irmão precisa de emprego, que ele levante cedo e vá a luta.

Meu desejo é viver a vida de forma equalizada a todos os demais, sem qualquer privilégio.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Pulso Ainda Pulsa

Que programação normal, que nada!

Quando eu pensei que voltaria a escrever no blog, após a recuperação de uma dor incômoda no cóccix [esse é o jeito certo de escrever], veio uma tendinite na mão esquerda devido a um esforço demasiado.

Imobilizei o pulso com um tensor e apliquei periodicamente antiflamatório de uso tópico, mas cheguei a perder o movimento do polegar devido a intensa dor que estava senti. Para realizar o tratamento, o blog recebeu mais uma pausa de uma semana.

Enfim, as idéias continuam fervilhando em minha mente. Há dois assuntos que pretendo desenvolver e transformar em texto – isso deve acontecer até o próximo final de semana. Adquiri dois CDs novos: John Mayer (Heavier Things) e George Harrison (Let it Roll – coletânea). Comprei também mais três livros dos quais quero destacar apenas um: “Eu creio, mas tenho dúvida” do Ricardo Gondim. Estou satisfeitíssimo com minhas aquisições.

Minha família continua maravilhosa – duvido que algo menor que isso ela venha ser um dia. A caçulinha já está dando seus primeiros passos. A Nicolle, com seus 11 meses de vida, anda cambaleando feito gente embriagada. A Michelle vem demonstrando uma inteligência incrível. Inventa brincadeiras e cantarola as canções dos DVDs infantis que possui. Passo quase meu final de semana inteiro com elas. Tem sido a melhor terapia do mundo.

Meu sobrepeso está com 7 quilos a menos. A medicação para a tireóide que estou tomando tem efeito positivo e o resultado muito me agrada. Continuo com uma dieta básica, que fujo de vez em quando, mas continuo em frente.

O blog já possui alguns leitores assíduos, que os estou classificando como "leitores impenitentes", inspirado no filme Indiana Jones e a Última Cruzada. Deixo um abraço a todos e reafirmo que não quero seguidores, fama ou status de guru. O blog é mais uma coletânea de idéias de um cara que não é exemplo algum... portanto, utilizemos este espaço aqui para trocar experiências ou debater ideais. Não é necessário concordar comigo - procurarei fazer o mesmo por vocês.

Acho que tudo está O.K., com algumas raras exceções. Mas, não prometerei voltar com a programação normal. Da outra vez não consegui cumprir.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Opção Solitária

O sentimento de angústia sempre foi uma espécie de companheiro. Escolhi inúmeras vezes a solidão em vez dos amigos para ter tempo para pensar na minha vida – em especial no futuro, procurando decifrar o porquê daquele aperto no peito. Fui taxado como mal-humorado muitas de vezes por essa opção solitária. Sempre gostei de ficar sozinho, sem ter nada para fazer.

Entendo que a vida é como um corredor de paredes ásperas que se estreitam com o passar dos anos. Tem dias que pareço estar gritando dentro de uma bolha e que ninguém consegue ouvir. Meu coração se corrói quando minha opinião não é considerada ou quando sou classificado como jovem demais para ser levado em conta.

Nunca dei crédito as opiniões que colocavam minha angústia com problema espiritual. Sempre me senti próximo de Deus e fiz valer a citação bíblica que nada podia me separar do seu amor. Se nem anjos ou principados podiam criar distância entre mim e meu Senhor, alguma angústia pessoal poderia?

Eu não faço defesa alguma para o sofrimento. Ao contrário, gostaria que ninguém sofresse. Gostaria que crianças não sofressem com o divórcio egoísta dos pais, gostaria que famílias não passassem fome pela má distribuição de renda, que jovens não perdessem o sentido da vida ao se viciarem com drogas.

Acontece que tenho momentos estranhos. Fico quieto, pensativo, muito diferente do meu padrão. Esforço-me constantemente para não deixar que alguma coisa engaiole a alegria, pois sei que algumas tristezas são destrutivas. Meu silêncio é apenas para dar um sentido a minha angústia. Rebusco pensamentos lógicos, converso com Deus, procuro sabedoria, dou braçadas no mar da solidão.

Quando encontro algum sentido, encho o peito de emoção. Creio que pagamos um preço para crescer em humanidade, pois a sabedoria custa caro. O mesquinho não sofre. O idiota não questiona. O ingênuo não se aflige. Mas eu percebo que evoluo crise após crise, angústia após angústia. Renovo-me após alguns momentos de silêncio.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Blog Pagou o Preço

Andei meio afastado do blog. O motivo foi que meu sobrepeso com minha rotina diária, provocaram uma espécie de inflamação. Segue a explicação detalhada.

Ás 06h40min eu tomo a condução da empresa que me leva ao trabalho. Vou sentado. Quando chego à minha sala, passo cerca de 90% do meu tempo sentado em frente ao computador. À noite vou para a faculdade e passo mais 4 horas assistindo aula. Sentado, claro. No final do dia, lá pelas tantas, eu dedico mais 1 horinha para escrever e publicar algo no blog. O resultado de tudo isso é que venho sentindo uma dor muito incômoda na coluna, especificamente no cóxis.

No trabalho, ajustei as regulagens da minha cadeira de uma forma mais anatômica e aconselhável ao meu peso. Na faculdade, procurei assentar nas cadeiras com assento mais fofinho, com maior volume de espuma. Nas duas situações, não passo mais do que 60 minutos sentado. Procuro dar uma caminhada de 10 minutos (uma ida no cafezinho ou ao banheiro) entre um período e outro.

Em casa a coisa ficou complicada. A cadeira do computador não possui muitas opções [entenda-se apenas uma] de regulagem e o assento não é muito servido [entenda-se coisa velha] em espuma. Como precisava dar um alívio a minha bunda, abandonei o blog por quase duas semanas.

Acredito que hoje já estou 50% melhor. Acredito também que devido à situação de estresse no trabalho nas últimas semanas, passei muito tempo numa postura inadequada que ocasionou tal desconforto.

Mantive a dieta, continuei tomando medicações para a tireóide e com certeza andei perdendo peso. Mas, a dor na bunda precisava de uma tratativa mais pujante: evitar ficar tanto tempo sentado. Como não tenho como abandonar o trabalho ou a faculdade: o blog pagou o preço.

Aviso a todos os leitores assíduos do blog que a programação voltará ao normal a partir de hoje. Antes vou dar uma caminhada. Volto em 10 minutos.