Surreal é experimentar a passagem do tempo. Como cupins que devoram a madeira de dentro para fora, a fuga do momento através da linha do tempo é a faminta devoradora de nossa vida.
Categoricamente, mantemos um relacionamento quase que platônico com o que já aconteceu. Particularmente difícil compreender esta relação com o passado. O futuro recebe mais ou menos uma fatia adequada de afeto, já que o futuro é o que nos aguarda adiante, e dele não há como fugir. Mas, ao passado dedicamos poesia, juras de amor eterno, admiração, cuidado e venerada adoração.
O passado, no entanto, é um espaço irretornável. Podemos levar um filho para conhecer uma paisagem da infância, mas a realidade nua e crua daqueles dias está interditada para todos, inclusive para nós mesmos. Por mais registros físicos ou emocionais que consigamos carregar do passado, sempre será ainda menor e menos maravilhosa do que a real experiência – esta sem retorno.
Não importa o que façamos. Com o tempo ninguém vai acreditar no que afirmamos ter vivido. Nem nós mesmos.
Categoricamente, mantemos um relacionamento quase que platônico com o que já aconteceu. Particularmente difícil compreender esta relação com o passado. O futuro recebe mais ou menos uma fatia adequada de afeto, já que o futuro é o que nos aguarda adiante, e dele não há como fugir. Mas, ao passado dedicamos poesia, juras de amor eterno, admiração, cuidado e venerada adoração.
O passado, no entanto, é um espaço irretornável. Podemos levar um filho para conhecer uma paisagem da infância, mas a realidade nua e crua daqueles dias está interditada para todos, inclusive para nós mesmos. Por mais registros físicos ou emocionais que consigamos carregar do passado, sempre será ainda menor e menos maravilhosa do que a real experiência – esta sem retorno.
Não importa o que façamos. Com o tempo ninguém vai acreditar no que afirmamos ter vivido. Nem nós mesmos.