segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Caminho da Fé

Tomando o gancho da pergunta que fiz para mim mesmo, respondida no texto anterior a esse, lembrei-me de uma situação muito interessante onde eu fui questionado se realmente sei onde vou chegar com a minha fé.

Uma pergunta dessas precisa de tempo de maturação para ser respondida, pelo menos para que eu me satisfaça com a resposta que venha oferecer. Forço neste momento a mente e aos vocábulos para equalizar algo que considero uma boa resposta àquela indagação, que pelo menos me satisfaça.

Não sei qual é o caminho da minha fé porque não gasto mais energia para visualizar o futuro. Não faço mais projeções do que poderei angariar com o empenho da minha devoção a Deus. Eu vivo assim porque quero desfrutar o momento: quero desenvolver e experimentar a fé a cada momento. Dedico-me ao hoje e isso me basta.

Não sei qual é o caminho da minha fé porque fito os meus olhos a menos de um palmo de distância, não desejando ver o que vem pela frente. Contento-me em apenas manter os passos firmes, não vacilantes, sempre em frente. Ainda que seja um andar lento e infantil, sinto-me agraciado por Deus, pois percebo que assim aproveito melhor a jornada.

Se não sei qual é o caminho da minha fé é porque sei certamente quais são os caminhos que não quero trilhar. Fujo das linhas que norteiam uma espiritualidade desconectada da vida normal. Desvio os meus pés destes atalhos, onde a vida espiritual é entendida como cantar um hino, mas acolher um mendigo não.

Encaro a espiritualidade pela redenção que Cristo trouxe a carne. O Messias sentiu fome e sede, esteve exposto ao sangue e ao hálito de acusadores, abraçou, sangrou e morreu – ele, sendo Deus, viveu exatamente como eu e você, sem rejeitar a carne. E é por essa razão que minha fé segue a trilha dos sentidos: um abraço diz muito mais que uma oração, uma carona abençoa muito mais que uma imposição de mãos, um beijo alenta muito mais que um momento de intercessão.

Não me preocupo se sou marcha lenta, não estou competindo. Não acredito que a vida devocional seja uma espécie de maratona, tendo Deus no final da linha segurando a faixa para os primeiros colocados. Meu anseio é pelo que pode acontecer agora, pela beleza do momento, por tudo o que pode acontecer numa visita de um amigo ou no abraço carinhoso de minha filha.
Louvo a Deus por cada ação de felicidade.

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